Os Doutores


Dr. Ruy Silveira Melo


O Dr. Ruy Silveira Melo, era natural de Piracicaba, onde nasceu a 26 de abril de 1919, filho de Estanislau Silveira Melo e de dona Antonia da Costa Silveira Melo.


Aprendeu primeiras letras em sua terra natal e, algum tempo depois, mudou-se para Tietê, onde ingressou no curso ginasial da Escola Normal, bacharelando-se em 20 de dezembro de 1939.


Completando os preparatórios, a 25 de fevereiro de 1945, matriculou-se após o exame de praxe, e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná, em Curitiba, onde após um brilhante curso colou grau de doutor em medicina em 17 de dezembro de 1947.


Formado, foi nomeado médico do Posto de Saúde em Tietê.


Casou-se com dona Lucy Ferreira Braga, filha do Dr. Nerval Ferreira Braga e de dona Alexandrina Rodrigues Ferreira Braga, no dia 16 de dezembro de 1948.


Os diversos partidos de Tietê, numa idéia de acabar com os desentendimentos políticos na cidade, foram buscá-lo para candidato único. O seu nome sufragado em 13 de outubro de 1963, para Prefeito de Tietê, recebeu completo apoio popular.


Sob grande expectativa foi empossado no dia 1º de janeiro de 1964.


Mal completava dois anos de administração foi acometido por indisiosa moléstia que, em poucos dias, lhe roubou a vida, falecendo em 13 de dezembro de 1965.


Exerceu esse encargo com descortino, com toda eficiência, despojado de vaidades, sem malquerença, amigo da justiça.


Não criava casos políticos e administrativos. Sabia contornar as dificuldades que lhe apareciam. Sabia vencer.


Como penhor de tudo isso, os seus funerais estiveram à altura de seus merecimentos, revelados nas emoções carinhosas, que todo o nosso povo, tão justamente lhe tributou.


Sobre o seu túmulo a Prefeitura mandou colocar uma pedra com este epitáfio: “Aqui repousa eternamente RUY SILVEIRA MELO. Nasceu em Piracicaba a 26 de abril de 1919. Faleceu em Tietê, a 13 de dezembro de 1965, no exercício do cargo de Prefeito Municipal, como foi do seu desejo e profetizou, ao escrever: ‘Esta terra que não me viu nascer, seja ao menos o meu berço eterno onde possa meu corpo, depois da morte, descansar um dia’. Paz à alma do grande batalhador. Homenagem do povo tieteense”.


O pensamento aí gravado foi encontrado entre os seus papéis.


(Benedicto Pires de Almeida)


Dr. Epaminondas de Camargo Madeira



O Dr. Epaminondas de Camargo Madeira nasceu em Tietê, no dia 16 de maio de 1900. Foram seus pais, Francisco de Assis Madeira e dona Franklina Camargo Madeira. O professor Francisco de Assis Madeira foi diretor do grupo escolar, hoje denominado “Luiz Antunes”, por mais de trinta anos.

Estudou primeiras letras no estabelecimento de ensino dirigido por seu progenitor. Ao sair do 4º ano, após o obrigatório exame de suficiência foi matriculado na Escola Normal de Piracicaba. Após brilhante curso obteve o diploma de professor primário aos dezesseis anos de idade.

Objetivando a trabalhar no magistério e iniciar assim os embates da vida, embora tão jovem, mudou-se, temporariamente para o estado de Santa Catarina, foi nomeado mestre escola no município de Palhoça, permanecendo no Sul nos anos de 1917 e 1918.

Não sendo fácil, naquela época, obter-se nomeação para uma cadeira no interior do estado e atendendo que os governos do Paraná e Santa Catarina, cuja instrução se desenvolvia, ofereciam vantagens para os professores paulistas diplomados, que lá quisessem exercer atividades no magistério, consistia essa oferta em atração a que se voltavam professores recém-formados que aguardavam nomeação.

Vários foram os que se valeram dessa oportunidade.

Regressando a Tietê, e voltando para os estudos, mediante novos preparatórios matriculou-se na antiga Escola de Farmácia e Odontologia de São Paulo, chegando a completar o primeiro ano.

Não se afeiçoando à carreira de farmacêutico e ambicionando o estudo da Medicina, em dezembro de 1920 foi para a então capital do país, onde requereu matrícula na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. O curso do primeiro ano de Farmácia quase equivalia ao primeiro ano de Medicina e para completar as matérias obrigatórias fez o exame de inglês no dia 22 de janeiro de 1921. Como presidente da Banca Examinadora o professor Raul Leitão da Cunha e membro o escritor Osório Duque Estrada. Considerado habilitado. Em seguida prestou exame de mais uma matéria, “Química Biológica, Parasitologia e Física Médica”, sendo aprovado e mandado matricular-se no 2º ano em março de 1921.

Com muito brilhantismo fez todo o curso, concluindo-o em dezembro de 1924 e a 02 de janeiro de 1925, requeria expedição do seu diploma, visto ter colado grau no dia 31 de dezembro de 1924.

A tese que defendeu versava sobre “O Reflexo Óculo-Cardíaco na Gravidez”, com o subtítulo de “Estudo Clínico Experimental” aprovada com distinção.

O seu diploma estava assinado pelo Reitor da Universidade – Conde de Afonso Celso – pelo diretor Rocha Leão e pelo Secretário Dr. Eugênio do E. S. de Menezes, datado de 18 de janeiro de 1926.

Durante o curso foi interno do Hospital São João Batista, de Niterói, e também atuou como Monitor de Anatomia, da qual era chefe o professor Fernando de Magalhães, notável médico, uma das grandes figuras da Ciência Médica brasileira.

Concluído o curso e de posse do canudo que tanto ambicionava, voltou a Tietê, onde, em abril de 1926, abriu consultório e iniciou sua carreira coroada de franco êxito. O jornal “O Tietê” publicou em sua edição de 11 de abril de 1926 o primeiro anúncio de sua clínica.

Em 19 de abril de 1927, casou-se com dona Aracy Maffei, filha de Antonio Maffei e de dona Ercília de Arruda Maffei.

Ao mesmo tempo em que se esmerava em sua clínica médica, com a fundação do Partido Democrático, ingressou nas fileiras daquela agremiação, engrossando o movimento de renovação política, tomando parte ativa nas campanhas de 1928, 1929 e 1930.

Criando o “Ginásio Estadual” por decreto nº 6.601 de 11 de agosto de 1934, ao ser o mesmo instalado oficialmente em 12 de fevereiro de 1935, foi o Dr. Epaminondas nomeado seu diretor, cargo que ocupou até fins de novembro de 1938.

Com as mudanças políticas, voltando seus correligionários a dominarem a situação, foi, de novo, nomeado em 25 de abril de 1945, para Diretor do Ginásio, Escola Normal, Colégio e depois Instituto Estadual de Educação “Plínio Rodrigues de Moraes”, permanecendo na direção até 31 de janeiro de 1968. Nesta data foi transferido para São Paulo, comissionado no Serviço de Saúde Escolar e, no final da carreira aposentado.

Fez parte do diretório político do Partido Democrático, de 17 de maio de 1928 até 23 de agosto de 1931. Com a formação do Partido Constitucionalista, foi eleito membro do diretório em 04 de abril de 1934.

Com as contínuas transformações políticas e formação do Partido Social Democrático, fez parte do diretório político eleito em 29 de julho de 1945, e com mandatos renovados em 21 de setembro de 1952 e 06 de outubro de 1957.

Em dezembro de 1951 mudou-se para São Paulo, onde continuou em atividade ocupando na Educação, cargos de responsabilidade.

Exerceu com brilho o cargo de Superintendente do Serviço do Café, da Secretaria da Agricultura, de Diretor da Cooperativa Central e Rural do Brasil e diretor da DOMINIUM cooperativa exportadora de café solúvel.

Profundo conhecedor da política cafeeira, proferiu inúmeras conferências sobre a preciosa rubiácea, em vários países da Europa e América Latina, como produtor e exportador de café.

Colaborou no “Estado de São Paulo”, publicando artigos de sua especialidade.

Fez parte do Rotary Clube de Tietê, desde sua fundação em 26 de dezembro de 1947, ocupando com brilho os cargos sociais que lhe confiavam.

Era o Dr. Epaminondas de Camargo Madeira, um fino cavalheiro, excelente orador, inteligente, culto que engrandeceu a casa de ensino que dirigia tornando as festas de formatura verdadeiros acontecimentos sociais.

Como médico era bondoso, competente, dedicado aos menos favorecidos da fortuna que o procuravam, merecedor da estima de todos.

Como político gozava de grande prestígio entre os seus chefes e partidários, destacando-se pela solidariedade aos companheiros de lides eleitorais.

“O Tietê” de 21 de março de 1926, ao noticiar a formatura do Dr. Epaminondas, assim escreveu:

“A inteligência, a bondade e a honradez são três predicados que glorificam a vida de nosso conterrâneo. Inteligência, ninguém, de forma alguma, pode negar que não a possua.

Na idade de dezesseis anos, ainda quando lhe sorriam as primeiras e lúcidas esperanças, diplomou-se pela Escola Normal de Piracicaba, não pela proteção nojenta de que usam os vadios, apenas pelo seu esforço, apenas pelo seu trabalho, a custa do seu saber”.

O nosso venerando semanário já prognosticava um grande futuro ao nosso biografado.

“Dr. Epaminondas. Lutou e venceu.

Lutou e conseguiu ver diante dos seus olhos, erguer-se, esplendoroso o edifício da Medicina; ideal sonhado pelo seu espírito, seu maior e único desejo”.

Durante todo o tempo que residiu em sua terra natal, fez parte do corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia, onde atendia às obrigações do seu trabalho na clínica geral e cirúrgica, sem remuneração alguma.

Foi uma grande vida de cidadão, cientista, amigo e tieteense.

Faleceu em São Paulo, em 09 de novembro de 1975.

(B. Pires de Almeida)



Dr. Alberto Carlos de Assumpção



É natural de Tietê, onde nasceu a 06 de setembro de 1876, sendo filho do Dr. Luiz Carlos de Assumpção e de dona Ana Dias de Toledo.

Aqui se casou no dia 21 de janeiro de 1896, com dona Zaida de Arruda, filha de José Manoel de Arruda e de dona Carlota Teixeira de Arruda, residentes em Santos.

Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e em Ciências Políticas e Administrativas pela Escola de Paris, França.

Em 1898 foi eleito Deputado ao Congresso Estadual tomando parte nos trabalhos legislativos de 1898 a 1900.

Vereador na 7ª Legislatura de 1911 a 1913, a sua eleição foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Estado, cujo acórdão foi lido na sessão de 23 de março de 1911. Marcada nova eleição que se realizou em 15 de março de abril, foi novamente eleito e empossado em 29 do mesmo mês. Esteve à frente da Prefeitura Municipal de Tietê, de 15 de janeiro a 23 de março e de 1º de maio a 08 de agosto de 1911. Renunciando à Prefeitura nesta última data foi eleito Presidente da Câmara, servindo até o final do mandato.

Em 19 de abril de 1910 foi empossado como 2º suplente de Delegado de Polícia do qual não se exonerou no devido prazo o que veio a incompatibilizá-lo com a eleição de vereador, dando lugar ao recurso e anulação acima referida.

O Dr. Alberto Carlos, transferindo-se para Santos, onde residiu até seu falecimento, ocupou cargos de relevo no alto comércio, gozando de incontestável prestígio na sociedade daquela importante cidade.

Orador fluente, elegante e simpático, escritor correto e poeta inspirado, colaborou na imprensa da capital e em “O Tietê”, em cujas coleções se apreciavam suas magníficas produções.

Faleceu em Santos, a 08 de março de 1960.



Dr. José Augusto Correa

O Dr. José Augusto Corrêa nasceu em Tietê a 28 de janeiro de 1860. Foram seus pais José Corrêa de Moraes Silveira e Augusta Umbelina de Campos.

Casou-se em Tietê, no dia 27 de maio de 1885 com Maria Isabel de Toledo, filha de Joaquim Manoel Corrêa de Toledo e Maria Vaz de Almeida. Desse consórcio nasceram muitos filhos.

Formou-se em Medicina, no Rio de Janeiro, no ano de 1884.

Logo após sua formatura procurou a terra natal, onde exerceu, com brilhantismo, a honrosa e humanitária profissão de médico.

Após a Proclamação da República, foi nomeado membro do primeiro Conselho de Intendência, sendo empossado a 24 de janeiro de 1890 e, em seguida, eleito presidente do referido conselho. A 02 de janeiro de 1892, foi empossado como membro do 3º Conselho de Intendência e, novamente escolhido como seu presidente.

Eleito vereador por ocasião da 2ª Legislatura (1896 a 1898) prestou serviços relevantes na Presidência da Municipalidade, durante o triênio.

A 07 de março de 1892, foi eleito deputado, prestando, na ocasião, importantes serviços a sua terra natal. Entre eles destacou-se a questão de limites do município de Tietê com o de Pereiras e, graças ao seu trabalho, Conchas voltou a pertencer a este município.

Em 1898, deixou o cargo de Presidente da Câmara, abandonando o campo político. Pensava dedicar-se exclusivamente à profissão de médico.

Mas, em 1901, a política o chamou novamente. Voltou a ela, como membro do diretório do Partido Republicano, onde permaneceu até 1908.

Em 1910, foi presidente da Junta Republicana do Partido Hermista de Tietê.

Em 1906, assim se pronunciava sobre o Dr. Corrêa um jornal de Tietê:

“A estrela de maior brilho que resplandece sobre a sua vida é a que se vê engastada sob os tetos das enfermarias do nosso Hospital de Misericórdia desde junho de 1898 – ano de sua fundação, até hoje. Esta estrela é formada de lágrimas e bênçãos de tantos infelizes que, diariamente e, sem remuneração alguma, recebem tratamento carinhoso desse coração bondoso, desse verdadeiro pai dos pobres.”

Em 1911, transferiu sua residência para São Paulo onde faleceu.

Merecida foi a homenagem que o povo de Tietê lhe prestou dando seu nome a uma das praças da cidade.

(Renato Baldine Zanela)


Dr. Yusuf Khalil Auwad



O Dr. Yusuf Khalil Auwad, filho de Khalil Nicola Auwad e de D. Helena Mitri Auwad, nasceu na cidade de Saída (Sidon, Síria), na costa oriental do Mediterrâneo, que se chamava antigamente Fenícia, no dia 05 de dezembro de 1897.

Aos sete anos de idade entro para a escola, tirando o certificado do curso primário no dia 21 de junho de 1912, no “Gerald Institut” na cidade de Saída, sua terra natal. Transferiu-se para o então “Syrian Protestant college”, que mais tarde adotou o nome de “The American University of Beirut”, e recebeu o certificado do curso ginasial do Departamento Preparatório do Colégio, a 26 de junho de 1913. Fez depois dois anos de estudos especiais para entrar na Faculdade de Medicina, o que ocorreu em 1916.

Prosseguindo no estudo, na Faculdade de Medicina, e a I Guerra Mundial no auge, saiu uma ordem do governo (otomano-turco) para que todos os estudantes dos cursos superiores se apresentassem para o serviço militar, antes mesmo da chamada pela idade.

Para esses alunos foi dado um ensino militar intensivo e especializado, numa cidade bonita, saudável e turística, nas montanhas do Líbano. Depois que terminou esse aprendizado foi dado àqueles alunos o título de “oficial novo”. Os estudantes de Medicina foram incorporados ao Serviço Médico do Exército. O jovem Yusuf Khalil Auwad ficou como assistente de um dos médicos e teve a sorte de ficar na mesma cidade onde havia recebido o ensino militar (Baalbeck) num grande hospital.

Passa algum tempo e surge outra ordem: os oficiais novos, estudantes de Medicina, voltavam aos estudos na Faculdade de Medicina Francesa, que se encontrava fechada e que reabriu sob orientação do governo local, com professores turcos. Mudou-se para essa faculdade, freqüentando as aulas durante mais de um ano.

A guerra mundial prosseguia com resultado favorável aos aliados, rapidamente. Mais uma ordem veio: os alunos de Medicina são obrigados a mudar para o norte da Síria... E com urgência. Os outros caminhos de Beirute foram fechados. Mas o avanço dos aliados foi muito rápido. Os exércitos árabes entraram em Damasco (Síria) e os ingleses no litoral comandados pelo Gal. Alemby, marcham rapidamente até Beirute, onde entram em setembro de 1918, obrigando os turcos a se debandarem para o norte. E os alunos da Faculdade ficaram livres.

Voltou o biografado para a antiga Faculdade da Universidade Americana de Beirute. Completou o curso e fez os exames, formando-se doutor em Medicina e Cirurgia, em 28 de junho de 1923.

Logo depois prestou exame de habilitação perante a banca examinadora Francesca, do Alto Comissário da República Francesa, na síria e Líbano. Finalmente ficou habilitado, abrindo consultório em Saída, no segundo semestre de 1923.

Algum tempo depois, devido à situação anormal em conseqüência da guerra, teve que vir ao Brasil. Aqui chegando, gostou de suas cidades e do interior do Estado de São Paulo. Resolveu ficar, podendo clinicar e iniciar sua carreira de médico.

Estudou a língua portuguesa e inscreveu-se para o exame de habilitação exigido para os médicos estrangeiros.

Atendidas outras exigências, prestou os exames escrito, oral e prático e defendeu tese. Foi aprovado plenamente e recebeu o diploma de habilitação na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 26 de dezembro de 1927.

Para inicia a sua vida prática veio a Tietê no ano de 1928, cidade que já conhecia e abriu aqui sua clínica.

Ofereceu os seus serviços à Santa Casa de Misericórdia, foi aceito e na primeira reunião eleito como mesário, ficando nesse cargo até a aposentadoria. Foi também diretor clínico em rodízio, depois único até a aposentadoria, deixando de clinicar a partir de 1º de janeiro de 1973.

Sempre gostou da Santa Casa, tratando os doentes particulares e indigentes com o mesmo zelo e dedicação, de dia ou de noite. Os seus serviços para a Santa Casa foram inteiramente gratuitos.

Médico autônomo credenciado no INPS.

Foi nomeado professor da Escola Norma Livre e Ginásio de Tietê e do Instituo De Educação Plínio Rodrigues de Moraes, ensinando muitos anos.

Membro da Associação dos Ex-Alunos da Universidade Americana de Beirute. Sócio efetivo, seção do interior, da Associação Paulista de Medicina.

Recebeu os diplomas de Sócio Benfeitor e protetor, da Sociedade Beneficente de Tietê, mantenedora da Santa Casa de Misericórdia de Tietê.

Recebeu convite de homenagem da comissão da 14ª Semana “Cornélio Pires”, mas, por motivo de saúde, não pôde comparecer.

Sócio remido da Associação Esportiva de Tietê, sempre gostou da cidade que escolheu para viver e do bom povo desta cidade.

São suas estas palavras finais?

“Sempre desejando ordem, progresso e felicidades ao povo de Tietê, para o Estado de São Paulo e para o grande Brasil”.

Faleceu no dia 26 de dezembro de 1975.


Dr. João José Rodrigues


Nascido em 1905, em berço de tradicional família tieteense, João José Rodrigues fez os estudos primários no G. E. Luiz Antunes, o curso secundário no tradicional Colégio Arquidiocesano de São Paulo, formando-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em 1929.

Formado, veio residir novamente nesta cidade, onde exerceu a profissão com extrema dedicação e eficiência, tornando-se conhecido, respeitado e muito estimado em toda a região, a cuja população prestou inestimáveis serviços.

Como político, militou nas hostes do antigo PRP.

Orador de largos recursos, sua palavra era reclamada e ouvida sempre com interesse.

Faleceu no dia 30 de junho de 1966, na capital do Estado, onde se achava em tratamento. Seu corpo foi transladado para Tietê e seu corpo sepultado no Cemitério Municipal, com grande acompanhamento dos tieteenses.



Dr. Domingos de Almeida Campos




Nascido em Porto Feliz, em julho de 1834.

Desde que se bacharelou pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1856, fez-se fazendeiro e, mais tarde, advogado no município de Tietê. Aqui continuou a cultivar os estudos jurídicos, até os seus últimos dias de vida, tendo prestado desinteressadamente, valiosíssimos serviços a todos quantos invocaram a sua intervenção em pleitos judiciários desta e de outras comarcas.

Era homem que pautava seus atos sempre pelo desejo de fazer o bem, realizar a justiça.

Foi deputado à Assembléia Provincial de São Paulo no biênio 1864-65.

Em seus últimos tempos de vida, fazia parte do diretório político do partido governista local, sendo um dos seus mais estimados membros.

Em 1905, enviuvou de Dona Maria Dulcelina de Toledo, de cujo matrimônio nasceu três filhos.

Faleceu no dia 28 de junho de 1911, em Tietê.


Dr. Ibrahin Camargo Madeira


O Dr. Ibrahim Madeira nasceu em Tietê no dia 3 de março de 1891, sendo filho do Prof. Francisco de Assis Madeira e de D. Franklina Carolina de Camargo.

Feitos os estudos preliminares no Grupo Escolar, em sua terra natal, matriculou-se na antiga Escola Complementar de Piracicaba, saindo diplomado professor, em 1909.

Depois de receber o diploma e feita a prática regular, foi nomeado para reger uma escola primária no bairro de Mato Dentro, sendo mais tarde removido para o bairro de São Roque, onde esteve poucos meses; depois nomeado diretor interino das Escolas Reunidas de Laranjal, à frente da qual permaneceu oito meses. Desejando, no entanto, estudar Medicina, o seu grande ideal, e acedendo a um convite do Diretor do Liceu Salesiano Coração de Jesus, foi nomeado Lente no mesmo Liceu.

“Sem tempo sequer para fazer os preparatórios, seguiu para Lorena, onde no Ginásio São Joaquim obteve o 1º lugar entre os candidatos inscritos. Matriculou-se na Escola de Farmácia. Não se sentindo bem na carreira que constrangidamente abraçara, completando os preparatórios que faltavam, matriculo-se em 1913 na faculdade de Medicina, fazendo parte da primeira turma. À noite dava aulas no Liceu”.

“No quarto ano, como se tornasse notado pela dedicação e aproveitamento nos estudos, foi distinguido com a nomeação para interno no Instituto do Butantã, então dirigido pelo sábio brasileiro Dr. Vital Brasil, glória da medicina brasileira. A cirurgia atraiu-o logo. E ele procurou aproximar-se do grande cirurgião paulista Professor Antônio Cândido de Camargo, eminente cientista de quem teve a ventura de tornar-se interno, por concurso”.

Em 16 de dezembro de 1919, integrando a 2.° turma, recebeu o diploma de doutor em Medicina, versando a sua tese sobre “Tratamento da úlcera simples da perna pelo enxerto de Olier Tiersch”, que recebeu aprovação plenamente alta. Foi defendida do dia 10 de dezembro.

Fixou residência na terra natal, consorciando-se em 06 de junho de 1920 com D. Aracy Garcia, filha de Jose Garcia Correa e de D. Inocência de Almeida Garcia.

O Dr. Ibrahim Madeira dedicou-se, a princípio, a clinica geral e depois se especializou em cirurgia, que praticava com muita segurança, dedicação e interesse cientifico, na Santa Casa local, atraindo clientes de inúmeras cidades vizinhas, ganhando renome de operador.

Em janeiro de 1940 realizou, na Faculdade de Medicina de São Paulo, um curso de aperfeiçoamento de Oftalmologia.

Em 1928, resolvendo dedicar-se a política, aderiu ao Partido Democrático que então se fundara. Com o Dr. Otavio da Costa Carvalho e outros companheiros, em 17 de maio organizam o diretório local, desenvolvendo grande atividade partidária.

Candidato a vereador na 13ª Legislatura (1929 a 1931), tendo como companheiro de chapa o Dr. Otavio da Costa Carvalho, conseguiram ser eleitos por apreciável votação e empossados em 15 de janeiro de 1929.

Vencedora a revolução de outubro de 1930, foi nomeado membro da Junta Governativa e declarado “Governador da Cidade”, em 27 de outubro de 1930, data em que recebeu os poderes municipais. Nomeado prefeito em dezembro de 1930, pelo governo provisório de São Paulo, exerceu o cargo ate dia 20 de abril de 1931, em vista de ter acompanhado o Partido Democrático em seu rompimento com o Interventor Federal João Alberto.

Em janeiro de 1932 transferiu sua residência para a capital do Estado, voltando, pouco tempo depois, a residir em Tietê, no ano de 1934.

Após o retorno a cidade natal, com a fundação do Partido Constitucionalista, em 04 de abril de 1934, foi eleito presidente do diretório.

Com a reconstitucionalização do país e Proclamação da Constituição de 16 de julho de 1934, foi eleito vereador em 15 de março de 1936 e a Câmara instalada dia 14 de Junho no mesmo ano, denominada da segunda República.

Entretanto essa Câmara foi dissolvida pela implantação do Estado Novo, em 11 de novembro de 1937, pelo ditador Getúlio Vagas.

Em 1945, fundado no Rio de Janeiro e em São Paulo o Partido Social e Democrático, para apoiar a candidatura do Marechal Eurico Gaspar Dutra à presidência da República, assume a presidência do diretório de Tietê, exercendo-a até a dissolução dos partidos políticos, pela revolução de 31 de março de 1964.

Voltou à Prefeitura, nomeado prefeito em 27 de outubro de 1946, cargo que exerceu ate 19 de março de 1947 quando foi exonerado, juntamente com todos os prefeitos do Estado, pelo Dr. Adhemar Pereira de Barros, nomeado interventor Federal em São Paulo.

Em 1946 matriculou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, recebendo o diploma de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, após a conclusão do curso, em 09 de dezembro de 1948.

Deixando de exercer funções eletivas em virtudes do regime que implantou em 31 de março, continuava sempre suas atividades partidárias e profissionais de medico e advogado.

Faleceu em Tietê a 26 de junho de 1976.

(Benedicto Pires de Almeida)




Dr. Erasmo Teixeira de Assumpção


Nasceu em Tietê a 14 de maio de 1857, filho de Domingos Teixeira de Assumpção e de sua primeira mulher, D. Maria Luiza de Moraes Assumpção.

Bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Dedicou-se mais à indústria e ao comércio do que às letras jurídicas.

Fundador da casa Toledo, Assumpção, Comissária de Café, em Santos; Assumpção, Irmão & Cia., Exportadores de Café; Assumpção & Cia., em são Paulo; presidente da Companhia Fábrica de Tecidos Labor; fez parte da diretoria de São Paulo Comp. De Seguros de Vida e Contra Fogo; finalmente pertenceu à diretoria do Banco Comercial do Estado de São Paulo, desde sua fundação em 1912, até 1947.

Deputado Estadual em várias legislaturas; Secretário da Fazenda, depois de 1930.

Sportsman foi um dos fundadores da célebre coudelaria e haras “Jaçatuba”, em São Bernardo, para criação de cavalos de puro sangue.

Casou-se em São Paulo, no cartório de paz de Santa Ifigênia, no dia 1º de outubro de 1895, com D. Elvira de Lara Campos, filha de Theotônio de Lara Campos e de D. Francisca de Goes Lara.








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