O Povo

Sr. Elias de Campos

O Sr. Elias de Campos nasceu 1883, em Tietê e faleceu com 64 anos de idade aos 23 de maio de 1947. Foi homem simples e carroceiro de profissão. Trabalhador e honrado, conseguiu, a custa de seu trabalho e esforço, comprar todas as terras vizinhas à rua que hoje tem seu nome.

Começou comprando uma grande gleba de uma pessoa que, desgostosa com a abertura da Estrada Tietê - Porto Feliz em suas terras, vendeu as pelo preço  de R$ 1:200$000. Mais tarde, comprou outras terras de um senhor de nome Jacó por R$ 500$000. Assim foi adquirido terras, pedaço por pedaço, conforme lhe permitiam as posses.

Nessa ocasião, trabalhava num moinho de milho no Bairro da Areia Vermelha. O Sr. Elias de Campos era homem reservado, de poucas palavras. Gostava muito de política; jamais deixou de votar.

Sempre trazia balas consigo: por esta razão era muito festejado pelas crianças. Foi casado com a Sr. Estelita Pires de Almeida, nascida em 1889. O casal teve onze filhos. Em 1914, o Sr. Elias de Campos construiu uma pequena casa em meio a um milharal.

À medida que crescia a família, a casa que existe ate hoje, era aumentada. Dona Maria Cândida de Campos Tavares conta-nos que em 1914, quando foi para a casa que seu pai construiu, no local, só avia três casas: o sobrado da esquina, a casa do Sr. Elias e outra mais adiante.

Dona Maria, casada com o Sr. Benedito de Almeida Tavares passou a morar naquela casa quando tinha apenas 04 anos de idade e, ainda hoje, lá reside. Possui 6 filhos sendo 5 moças e um rapaz.

Segundo informações dadas por ela, com o passar do tempo, o Sr. Elias de Campos, seu pai, foi vendendo terras em lotes. Casas foram surgindo e a cidade foi crescendo.

A 1ª casa desta rua foi construída de tijolos e pertenceu ao Sr. Elias de Campos. De um modo geral, as casas desta rua são de estilo modesto.      

(Marcelo Augusto Nicolosi)




Cipriano Matarazzo


Bimbo, como era conhecido dos tieteenses, nasceu em Barbacena, uma grande cidade mineira, terra dos Bonifácios de Andrada e Silva.

O seu verdadeiro nome: Cipriano Matarazzo. Nasceu nos albores do século XX, no dia 28 de setembro de 1900, numa data histórica, quando os remanescentes dos escravos, em passeata, comemoravam a Lei do Ventre Livre. Foram seus pais Napoleão Matarazzo e dona Carmelita Magri.

Tinha pouco mais de cinco anos quando seus progenitores almejando uma vida melhor, de trabalhadores, vieram de mudança para São Paulo, fixando-se em Piracicaba.

Iniciou-se na arte mecânica de automóveis, que de pouco tempo haviam chegado ao interior. Foi dos primeiros “chaufeurs”, depois nacionalizado Motorista, e à procura de trabalho foi à Santa Bárbara, não muito distante de Piracicaba, onde começou a guiar os primeiros carros.

Por volta de 1924, quando se difundiam os primeiros automóveis, Nelson Assumpção Olyntho e Pedro de Campos Pacheco, abriram em Tietê, no prédio nº 33 da Rua do Comércio, uma grande casa comercial por atacado. Para trabalhar na sua seção de automóveis primeiro dos carros Dodge e depois da agência Ford, veio Bimbo para Tietê como auxiliar desta firma.

Em 15 de dezembro de 1925, perante o perito da polícia e da Prefeitura, Joaquim Antunes de Souza, Bimbo fez as provas exigidas e recebeu a carta de “condutor de veículos a motor”, conforme exigia a lei municipal nº 88 de 15 de maio de 1923. Foi motorista cuidadoso, e se orgulhava por nunca ter recebido uma multa.




Dona Mulata


Maria José de Almeida, carinhosamente conhecida por Mulata, nasceu em Tietê, no dia 19 de maio de 1877.
Foram seus pais: José Tertuliano de Almeida e Maria Joaquina de Almeida.

Doceira e quituteira das melhores, Mulata foi sempre muito requisitada pelas melhores famílias da região, cada vez que se ouvia falar em qualquer tipo de reunião, onde fossem imprescindíveis os comes e bebes.

Festas religiosas ou políticas não seriam completas sem a colaboração de Mulata.

Nunca foi considerada uma doméstica. O valor da sua presença se fazia sentir nas mais diversas manifestações de carinho.

Foi madrinha de importantes personalidades tieteenses, entre elas a atriz Yara Sales.

Dona Mulata trabalhou diversos anos na casa do Conde de Lara e do Dr. Nicolino Moreira.

Foi Mulata quem preparou os quitutes para o casamento de Zico Pires e fez o banquete para o então Presidente da República, Dr. Washington Luis, quando aqui esteve para a inauguração da estrada de rodagem, em 9 de setembro de 1926.

Residiu por muitos anos com o casal Aldo e Augusta Pasquali.

Viveu mais de 100 anos.





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